Sempre acreditei que cada ser humano é um só, que cada um é único. A vida é uma jornada exclusiva de cada indivíduo, e por isso, somos diferentes uns dos outros. Acredito que viemos a este mundo para enfrentar desafios, crescer com as oportunidades, criar nosso destino e aceitar algumas surpresas, pois todas elas têm um sentido. De nada adianta nos compararmos uns aos outros, pois cada um de nós carrega sua própria história, com suas dores e alegrias.
Comparar meus desafios com os de outra pessoa é um caminho certo para a direção errada. Não há benefício algum em medir a intensidade das batalhas que enfrentamos, a não ser para nos afundar em sentimentos de inferioridade ou tristeza. Sempre digo que, se for para nos compararmos, que seja com aqueles que possuem muito menos do que nós, em todos os aspectos. Pessoas que vivem em meio a guerras, mulheres que são abusadas ou violentadas diariamente por aqueles que deveriam protegê-las, famílias que não têm comida suficiente para cada refeição, ou aqueles que não têm recursos para cuidar da própria saúde ou da saúde de seus filhos.
Basta nos colocarmos no lugar dessas pessoas por um instante para percebermos que, muitas vezes, nossas angústias são insignificantes diante da realidade dura e cruel que outros enfrentam.
Aceitar a condição que nos foi dada é um exercício de humildade e resiliência.
Precisamos lutar ao máximo, dentro dos nossos limites, para não perdermos nosso foco nem nossos valores. Nem todos têm as mesmas oportunidades, as mesmas crenças ou os mesmos destinos, mas uma coisa todos deveriam buscar: a paz de espírito. Aquela sensação de que você está em paz com suas escolhas, cumpre suas obrigações, ajuda e respeita o próximo, e não carrega sentimentos negativos como raiva ou ódio. Pode parecer clichê, mas viver com essa consciência tranquila faz uma diferença enorme na vida.
Cada um de nós é único, sem comparações. Compartilho tudo isso para reforçar a ideia de que preciso aceitar que meu caminho foi diferente, não seguiu o mesmo trajeto que a maioria das pessoas que casam e têm filhos. Muitas experiências eu vivi antes dos meus amigos e amigas, mas outras só estou vivendo agora, bem depois deles.
O fato é que ter minha filha de forma independente foi a maneira que encontrei de construir a minha família, do meu jeito. Como ela será daqui a alguns anos ou como ela se definirá, deixo para o tempo revelar. Até agora, tudo tem seguido seu curso, como em qualquer outra família, e isso só reforça a convicção que eu já tinha antes de tomar essa decisão: essa jornada valeu a pena e tem sido transformadora para a minha vida. E continua sendo. O aprendizado é constante, e o amor que cresce todos os dias me mostra que, mesmo com todos os desafios, a escolha foi acertada.
E é isso que importa.
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