Quando falamos em maternidade independente, estamos considerando a situação em que a mulher faz uma escolha consciente de ser mãe sem a presença de um parceiro. Assim, se ela não quer gerar filhos a partir de uma relação casual - o que realmente não é recomendável pelos problemas futuros que isso poderá acarretar -, ela terá duas opções: fazer um acordo com um amigo que aceite ser o doador do esperma, ou recorrer a um banco de sêmen, o que significa contar com um doador anônimo.
Nas duas opções, levando em conta que ela não queira se relacionar sexualmente com o amigo, será necessário se valer das técnicas de Fertilização in Vitro (FIV). Isso significa que haverá coleta de óvulos e espermatozoides e a fecundação será feita em laboratório, com a posterior transferência dos embriões para o útero.
Porém, antes de partir para esse procedimento, a mulher se submeterá a exames de dosagem hormonal para saber como está a sua reserva ovariana e, consequentemente, a sua fertilidade. A partir desses exames, saberá, por exemplo, se não precisará, além da doação do esperma, da doação de óvulos, ou de ovodoação.
Tanto em um caso, como no outro, as identidades dos doadores e da receptora permanecem em sigilo. A mulher poderá escolher um doador a partir de algumas características que considere importantes. Já existem no Brasil bancos de sêmen e de óvulos que falamos em outro artigo publicado aqui. Porém, é possível, também, recorrer a bancos internacionais que têm suas representações aqui no Brasil: o banco de sêmen, Proseed que representa o Seattle Sperm Bank e European Sperm Bank, o Vida Fértil, a clínica de medicina reprodutiva Huntington que representa o Fairfax Cryobank, o Criovita entre outros.
Caso a mulher tenha optado anteriormente por congelar seus óvulos, a FIV poderá ser feita com os seus próprios óvulos descongelados. Hoje o percentual de sucesso no descongelamento é bem mais alto do que os 10% da época em que fiz meu procedimento, em 2012. O índice está entre 80 e 85%. Bem melhor!
Estimulação ovariana
O primeiro passo do tratamento é estimular os ovários para que liberem mais óvulos naquele mês, com o uso de medicações. Existem horários e doses certas para as aplicações, que devem ser seguidos à risca. Eu, como virginiana, cumpri direitinho esta tarefa.
O início das medicações é decidido com base em exames de ultrassonografia dos ovários e do endométrio realizados no segundo ou terceiro dia do ciclo menstrual.
Os exames ultrassonográficos avaliam a resposta ovariana à indução e determinam se é necessário ajustar as doses ou dias de aplicação das medicações.
Punção de óvulos
Depois da estimulação, chegou a vez da retirada dos óvulos. Assim, a punção, como é chamada é realizada em um ambiente controlado, feita em jejum e a paciente recebe anestesia, na forma de uma leve sedação. A coleta de óvulos dura em média 30 minutos, dependendo da quantidade de óvulos que serão retirados. Em seguida, a paciente é encaminhada ao repouso, tendo alta em cerca de duas horas.
Preparo do endométrio
A partir do dia da punção, é iniciada a medicação que vai ajudar no preparo do endométrio, geralmente administrada por via vaginal.
Transferência dos embriões
A transferência dos embriões para o útero da paciente é realizada de dois a seis dias após a coleta dos óvulos. Também é feita em ambiente controlado. Logo depois do procedimento, a paciente deve ficar em repouso em casa por dois dias. Isso ajuda para que o embrião possa “grudar” e, assim, obter o resultado positivo. O exame de Beta HCG para verificação da gravidez é feito de 10 a 14 dias após a transferência dos embriões. Normalmente, esse dias de espera causam ansiedade na mulher uma vez que o resultados positivo não é garantido.
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