Cristina Monteiro, 50 anos, é executiva de marketing de uma multinacional, nasceu no Rio de Janeiro e reside na capital paulista. Sua vida sempre foi muito agitada, com jornadas de trabalho extensas e muitas viagens. Há dois anos, o famoso “relógio biológico” não só bateu, como fez um estardalhaço em sua vida. Ela atendeu ao “chamado” e parou para pensar no assunto. O resultado foi a decisão de se tornar mãe independente e o nascimento do filho Lucca. Veja o que ela conta:
MI - Como foi a decisão de ter um filho de forma independente?
Cris - Sempre tive certeza de que não queria ter filhos. E, de repente, quando fui chegando perto do meu “prazo de validade” (fim da idade fértil) comecei a me perguntar: “e se eu me arrepender depois?”. No fundo a questão era: se eu sempre tive certeza de que não queria filhos, por que de repente o medo de me arrepender? Fui buscar aconselhamento profissional e fiz oito meses de terapia. Foi um processo incrível de autoconhecimento e amadurecimento da ideia. Foi pensado e sentido, com novas dúvidas a cada dia, mas a certeza do caminho escolhido.
MI - Com que idade você decidiu fazer o procedimento?
Cris – Aos 40 anos.
MI – O suporte psicológico te ajudou a tomar a decisão? Continuou com a terapia depois?
Cris - Fiz terapia até tomar a decisão e foi mais do que útil, foi fundamental. Não senti falta depois disso.
MI - Sua família e amigos te apoiaram? Houve alguma resistência?
Cris - Foi inesperado, mas todas as pessoas para quem contei tiveram reação super positiva! É muito legal ver a sua felicidade refletida na reação das pessoas. A única pessoa que teve um pouco de dificuldade no início foi a minha mãe. Durou pouco. Hoje tenho todo o seu apoio.
MI - Você anunciou para todos a maternidade independente ou só para a sua família?
Cris - Para todos. Tenho orgulho do caminho que escolhi.
MI - Você tem amigas que fizeram o mesmo procedimento?
Cris - Não.
MI - Qual o recado que você daria pra as mulheres que pensam em ter um filho por meio da maternidade independente?
Cris - Não é fácil, mas ser mãe nunca é fácil. Com certeza é maravilhoso. Certifique-se de que está apoiada por profissionais competentes, mas com os quais você se identifique. Aproxime-se das pessoas positivas – negatividade só atrapalha. Não queira responder a todas as perguntas de uma vez. Escolha as questões mais importantes para você. Curta muito o processo. Passa rápido demais.
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