camisinhas

Para prevenir a infertilidade, se cuide!

As doenças sexualmente transmissíveis, as DSTs, podem levar à infertilidade, alertam especialistas. Se para você a maternidade é algo fundamental, como imaginamos que seja pelo simples fato de que está lendo esse texto, neste site, vale a pena ficar bem informada a respeito.

As DSTs são doenças infecciosas transmitidas principalmente por meio de relações sexuais e que podem acometer o corpo humano nas regiões genital, anal, oral e ocular. Porém, em alguns casos, se estendem para outros órgãos, como útero, trompas, intestinos.

Elas afetam tanto as mulheres quanto os homens e são responsáveis por 25% das causas de infertilidade: 15% para as mulheres e 10% para os homens.

Geralmente, podem ser prevenidas e controladas por meio de métodos contraceptivos de barreira (preservativo e camisinha feminina, associados a espermicidas) e orientações educacionais que ajudam a modificar os comportamentos de risco como, por exemplo, evitar muitos parceiros sexuais, bem como o uso de drogas e relacionamento com parceiros que usam drogas ou que tenham outras pessoas com quem se relacionam sexualmente.

Na maioria das vezes, as complicações podem ser evitadas pela detecção precoce da doença, logo que houver suspeita de contaminação.

“Algumas pessoas, quando contraem uma destas doenças, têm sintomas evidentes, se tratam e ficam curadas. Porém, outras podem ser assintomáticas, isto é, o indivíduo contrai a doença, mas não apresenta nenhum sintoma e, por isso, não procura um médico, nem se trata e ainda contamina outras pessoas”, alerta o especialista em reprodução humana Arnaldo Cambiaghi, diretor do Centro de Reprodução Humana do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (IPGO).

Segundo ele, as doenças assintomáticas, as “infecções silenciosas”, são consideradas um agravante do processo infeccioso por permitir que a doença evolua para formas mais graves além de poder contaminar outros(as) parceiros(as), se os cuidados preventivos não forem tomados.

Calcula-se que sejam diagnosticados 20 milhões de casos por ano no mundo inteiro, mas devem existir muito mais pela falta de diagnóstico decorrente destas “infecções silenciosas”. “Acredita-se que até 50% da população poderá adquirir uma destas infecções até os 35 anos”, afirma Cambiaghi.

As doenças

O grupo das DST inclui as infecções por Clamídia, Gonorreia, HPV (Human Papiloma Vírus), Hepatite B, Herpes Genital, Sífilis, Cancro mole ou cancróide, Donovanose, Linfogranuloma venéreo e Tricomoníase, além do HIV(AIDS).

Entre elas, as que comprometem mais diretamente o sistema reprodutivo estão a Clamídia e a Gonorréia que, principalmente nas mulheres, podem passar despercebidas.

As outras como o HPV (Papilomavírus humano), Hepatite B, Herpes e Sífilis, não causam diretamente a infertilidade, mas podem prejudicá-la pelos efeitos colaterais indesejáveis dos tratamentos. Como exemplo importante observa-se o HPV, que pode levar a alterações cancerosas no colo do útero implicando numa cirurgia que retira parte deste órgão (conização).

De acordo com a CDC (Centers for Disease Control and Prevention), nos Estados Unidos mais de um milhão de mulheres por ano tem DIP (Doença Inflamatória Pélvica) e 100 mil delas terão problemas de fertilidade.

DIP é uma complicação grave que, além dos riscos habituais de qualquer infecção, causa alterações anatômicas que distorcem a anatomia dos órgãos reprodutores, as quais, muitas vezes, são impossíveis de serem corrigidas.

Esta complicação pode causar, na mulher, obstrução tubária e aderências, isto é, as tubas (trompas) grudam em outros órgãos, como intestino ou no próprio útero, perdem a mobilidade e impedem que os óvulos e espermatozoides se movimentem no seu interior, dificultando o encontro entre os dois. A gravidez tubária (gravidez fora do útero) pode ser também causada por este dano.

O tratamento é realizado com antibióticos, podendo, em casos mais graves, ser necessária internação, cirurgia e até UTI. O CDC também informa que 70% das mulheres e 50% dos homens infectados por Clamídia não têm sintomas e 40% destas infecções quando não tratadas levam a DIP.

Segundo pesquisa da Sociedade de Biologia Reprodutiva de Atlanta – Estados Unidos, a DIP causa infertilidade em 15% das mulheres quando ocorre o primeiro episódio de infecção. Se houver o segundo, causa em 35% e no terceiro causa em 75% delas. Sendo que 9% das pacientes que tiveram DIP deverão ter gravidez tubária.

Dicas para proteger sua fertilidade

  • Procure limitar sua vida sexual a um número restrito de parceiros e ter certeza que eles, durante o período de convivência, também sejam monogâmicos e não tenham doenças sexualmente transmissíveis.
  • Evite o contato sexual com pessoas cujo estado de saúde e prática sexual você não conheça.
  • Evite sexo se um dos parceiros apresentar sinais ou sintomas de infecção genital.
  • Preste atenção aos sinais de DST’s em seu parceiro(a) – verrugas, secreções, lesões de pele etc.
  • Não faça sexo sob a influência de álcool ou drogas (exceto em um relacionamento monogâmico em que ambos os parceiros estejam saudáveis).
  • Ao começar um relacionamento converse com seu(sua) parceiro(a) a história sexual anterior dele(a) e fale da sua. (Lembre-se, no entanto, de que as pessoas nem sempre são honestas sobre as suas vidas sexuais.).
  • Camisinha de látex pode diminuir a transmissão de doenças quando usada correta e cuidadosamente, e para cada ato sexual. Elas não eliminam completamente o risco de se contrair doenças, mesmo assim ainda é a melhor opção de prevenção.
  • O uso de espermicidas (principalmente o que contém nonoxinol-9) pode ajudar a diminuir o risco de contágio de doença sexualmente transmissível quando associado com a camisinha.
  • Se necessário, use lubrificante à base de água. Não use lubrificante à base de petróleo, como vaselina, pois estes podem danificar a camisinha de látex.
  • Lave os genitais com água e sabonete especial para áreas íntimas após ter uma relação sexual.
  • Procure um médico se tiver dúvidas, suspeita de infecção ou se souber que seu(sua) parceiro(a) sexual está infectado(a).
  • Se você tem múltiplos parceiros sexuais, visite o ginecologista a cada seis meses para verificar a presença ou não de doenças sexualmente transmissível, mesmo que você não tenha sintomas.

Fonte de informações: Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi; acesse os sites Ipgo; Fertilidade do Homem e Fertilidade Natural.

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